Bel4triz revela detalhes exclusivos sobre o seu próximo lançamento; Confira a entrevista

A cantora e compositora soteropolitana, Bel4triz vai lançar seu primeiro EP na próxima quarta-feira (15), revelou com exclusividade a capa desse importante trabalho para a Amores Sonoros. Intitulado “E$TÉTICA”, a artista reforça seu posicionamento enquanto mulher preta, mãe, nordestina e periférica e se utiliza da sua musicalidade para falar sobre a palavra que dá título ao projeto.

Na entrevista, a artista revela com detalhes e com exclusividade a capa do projeto e como a parte visual foi construída e suas referências.

O novo trabalho conta com as parcerias musicais de JayA Luuck, Duquesa e 7Marys, que colaboram em duas das quatro faixas que compõem o EP. Bel4triz olha para a sua ancestralidade, entendendo o presente e visualizando o futuro, apoiado nisso a artista segue desconstruindo e quebrando paradigmas. Confira a entrevista completa:

Amores Sonoros: De onde veio a inspiração para a concepção do EP como todo? 

Bel4triz: Eu sempre amei trazer nossa representatividade na minha arte, brasileira e nordestina, é presente desde sempre, desde as poesias até e na música sempre esteve presente, melodias, letras, gírias, batidas, referências, enfim. 

E se tornou algo muito meu, percebi que muitas pessoas começaram a valorizar bastante a nossa cultura brasileira e assim surgiu a ideia de trazer dentro de projeto uma estética nossa: brasileira/nordestina de acordo com minhas vivências, trazendo também uma forma de me reapresentar no cenário musical.

AM: Quais foram as referências musicais pra construção do disco?

B: Quase tudo que faz parte da nossa cultura baiana, como paredões, influenciadores daqui. Eu quis trazer um pouco de mim e que de alguma forma as pessoas com vivências parecidas sentissem abraçades e as demais conhecessem 

AM: Para o visual da capa, você optou por usar algo voltado para a pintura? Por que?

B: No EP eu quero mostrar que na favela existe (muita) arte e que nós também podemos usar da nossa expressividade, da nossa vivência. E assim quis trazer na capa, uma foto minha a frente com o fundo com umas favelas e o céu (o céu é infinito e ilimitado, assim acredito como é a arte, especialmente a nossa), como uma arte de Basquiat, a história de Basquiat foi um homem negro que começou no grafitte e depois surgiu sua arte neoexpressionista, onde mostra o simbolismo e surrealismo, onde podemos demonstrar nossas expressividades, emoções, críticas, etc. Assim é sobre meu EP, trago as estéticas pretas e faveladas, nossas expressões e emoções através da arte.

Leia também: As “Visões” de artistas multifacetadas; Entrevista com Bel4triz e Laizza

AM: A tonalidade azulada da capa e dessa nova era representa alguma coisa?

B: Eu escolhi a cor azul pra meu EP porque na Idade Média, o azul era permitido para todos, mas não qualquer tom de azul. A mesma cor, em diferentes períodos da existência humana, pôde representar papéis opostos: o azul da realeza e o azul do povo. Seja pela utilização do azul nos mantos de coração dos reis e rainhas, por ser um pigmento extremamente raro e precioso, ou pela resistência a lavagem do pigmento azul, utilizado nos uniformes dos operários. O azul se tornou importante dentro de cada contexto em que estava inserido. No EP E$tética, quis contar  história de resistência, através da cor azul, mostrar que todo povo também carrega realeza dentro de si.

AM: O que o público pode esperar dessa nova fase de Bel4triz?

B: Eu espero transmitir mais do que só letras nas minhas músicas, quero tocar realmente, que escute e sinta, escute e se identifique, seja de uma simples história de amor, como uma mensagem mais “dura”. E que eu possa transmitir da forma mais criativa e sensível possível