Amores Não Sonoros com Gabz

Em mais um bate-papo maravilhoso em nosso quadro #AmoresNãoSonoros, trouxemos a atriz, cantora e compositora, Gabz, diretamente de Irajá, Rio de Janeiro!

Desde os seis aninhos foi incentivada pelos pais quando o assunto era a arte, seja na telinha, palcos, com microfone na mão, ou usando a própria voz, afinal foi assim que venceu o Slam Grito Filmes em 2017 e teve um vídeo viralizado, ganhando mais destaque na carreira.

Para quem está chegando agora, nesse quadro nós aproveitamos para explorar os bastidores de artistas e assim conhecer um pouco mais sobre quais são seus passatempos, comidas preferidas, e afins.

O nome Gabrielly também tem toda uma história, quem deu meu nome foi o meu irmão que se meteu lá e meu pai colocou os dois “L” e o Y porque ele falou que era nome de artista. O Gabz é mais porque eu lembro que quando eu tinha uns 13 anos do Sharp do Rio, eu nem era brabona disso, tinha gente que era mais braba que eu, mas eu queria ter uma tag e eu gostava de Gabz, achava que ficava daora e a galera começou a me chamar assim. 

A minha religião. Eu sou candomblecista e quando eu encontrei aquele espaço foi uma das primeiras vezes na minha vida que eu tive uma sensação real e pertencer a um coletivo, as coisas começaram a fazer sentido para mim, a filosofia que aquilo me ensinava, que é uma forma de pensar o mundo de uma forma muito diferente que a gente pratica dentro da cultura ocidental, as noções de bem e mal, então eu tive uma noção de acolhimento que era outra, inclusive a minha relação com a arte que foi muito explicado quando eu comecei a conhecer mais sobre a minha religião, porque dentro dos ensinamentos da minha religião a arte não é apenas um oficio a arte também faz parte da vida, precisamos de arte para se expressar, ser humano.

Essa pra mim vai ser fácil, hein? Minha comida favorita eu acho que é um frango de forno que a minha mãe faz que é tipo bem mineirinho do jeito que ela é e que ela veio de Minas, a família da minha mãe faz um frango no forno, com milho e vários legumes, com arroz e tem um purezinho de inhame que ela faz gente, as coisas que a terra dá né, eu acho que no fim da minha vida eu vou ficar que nem a Lauryn Hill que eu vou pro meio de uma fazenda e vou comer as coisas que a terra me dá. E a bebida favorita é a Gin Tônica, hmm, enfim a Gin Tônica.

Nossa, ai cê me pegou, porque séries eu tenho várias preferidas por motivos diferentes, eu acho que nesse momento eu diria Insecure e Fleabag por mais que tenham outras séries mais cults pra galera, eu acho que uma das grandes funções da arte pra mim hoje em dia é resgatar essa narrativa do cotidiano.

Pensei um pouquinho para responder essa, mas eu acho que vou deixar sendo “Quarto de Despejo” o meu livro favorito, porque eu inclusive tenho sonho de escrever um livro nos mesmos moldes, um livro de poesia e que também é uma narrativa, conta uma história.

Melhor lugar, meu Deus, eu acho que o melhor lugar do mundo sempre vai ser tipo o lugar que eu fui criada, por mais que seja um lugar sem estrutura eu não gosto de falar no sentido de romantizar a pobreza, eu não sou o tipo de pessoa que faz isso, eu quero ter tudo de melhor na minha vida e quero ser muito rica e ter conforto sim, mas eu acho que o melhor lugar do mundo é Irajá, não porque a gente passa perrengue lá, mas pelo o que a gente cria parte disso, eu acho que é o lugar que me deu meu primeiro flow, que me dá criatividade, o lugar que eu acredito nos valores dessas pessoas, quais são os valores, o que é o certo pelo certo, e lá que tem as pessoas que eu vejo que batalham, que são criativas e isso me inspira pra caramba e  eu acho isso a melhor coisa do mundo, então vai ser Irajá porque eu sou bairrista, rsrsrs.”

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